sexta-feira, 24 de novembro de 2017

2017 - Me respeita, de Milena Pinheiro

ME RESPEITA
Milena Pinheiro


A vida é assim: eu gosto de uma coisa.
Você, não? Normal!
Agora, por que tem que ser igual à sua
a minha opção sexual?

Não olho pra você com malícia,
Respeito quem anda na rua.
Se sou gay, quero todos os homens,
Se sou lésbica, quero as mulheres nuas!

É assim que funciona, e eu não posso mudar nada!

Um homem pegar várias, é aplausível.
Um homem pegar outro, merece facadas!
Se andam nas ruas de mãos dadas,
Não estão fazendo nada com você!!
Mas você joga milhões de pedras e
Vem com "Ai, meu Deus! Meu filho vai ver!"

Vou falar uma coisa; é verdade nua e crua:
Seus filhos se inspiram nos pais! Não em quem veem na rua.

Todo mundo que xinga, humilha, homofóbicos...
Eles não nasceram. As paredes não falam.
Com alguém eles aprenderam.

Posso sim ser gay afeminado.
Posso sim me vestir de homem.
Posso sim ser o que eu quiser.
Não sei porque essa raiva te consome.

Hoje em dia, tudo vira guerra.
Opção sexual, religião, classe social...
É incrível!
Fazem tantas coisas erradas, que julgam
Ser normal.

Acham que seu filho pode virar alguma coisa
Quando veem um casal com dadas as mãos.
Ninguém vira, todo mundo nasce!
Se seu filho for, você vai aceitar ou não?

Muitos falam: "é falta de surra".
Vai lá! Bate! Me conta se funcionou!
A pessoa não vai mudar,
Só vai estar sentindo dor.

Poderia tudo ser perfeito!
Mas amar é proibido.
Se realmente não fosse, por que não deixe quem está comigo?
Eu não fiz nada pra ninguém;
Respeito todo mundo!
Mas ninguém me solta!
Será que é pedir demais, eu receber o respeito de volta?

Por favor, para com isso! Me dê um pouco de atenção,
Até parece que hoje em dia, ninguém tem coração...

Saem notícias, às vezes, quando vemos os jornais.
Que mataram por nada!!!
POR FAVOR, ME DEIXE AMAR EM PAZ!

Não precisa me aceitar.
Vamos combinar uma coisa, você aceita?
Eu te respeito e você, simplesmente,
ME RESPEITA.



(Este poema foi apresentado no TCA sobre Homofobia/7B e reapresentado no Sarau de Primavera dos Sétimos Anos, 2017)



quinta-feira, 23 de novembro de 2017

2017 - Leituraço - Maria, de Conceição Evaristo




Após a leitura do conto "Maria", de Conceição Evaristo, a professora Adriana solicitou aos alunos que escrevessem um depoimento sobre o que sentiram ao escutá-lo.

Alguns depoimentos:

Essa história foi bem pesada, porque ela trabalhava todos os dias e foi espancada. Acharam que ela era uma bandida porque era negra. Eu achei muito triste, porque essa é a realidade de muitas pessoas.
Caroline Ferraz, 7º A

Eu acho que a autora quis mostrar que Maria pode ser qualquer uma de nós, mulheres, por isso a escolha de um nome tão comum.
A história é muito triste, mas não pensando somente nela, mas sim, em todas as mulheres que sofrem o mesmo.
Heloísa Furtado de Andrade, 7º A

Ao ler esta história, tudo o que senti foi um misto de decepção, raiva e tristeza. É realmente decepcionante saber que o machismo, o racismo e o preconceito por sua classe social ainda são problemas reais, e estão presentes em nosso cotidiano.
Giovanna, 7º A

Essa pobreza de Maria é consequência da escravidão e também de não ter estudado mais, mas não porque ela não queria. Talvez ela não tivesse tido a oportunidade. Maria era uma mulher trabalhadora, pensava sempre nos filhos.
O preconceito, em geral, já é feito com pobres, com pobres negros, então... No transporte público, então! Sendo que todos ali eram pobres, a chamá-la de "Negra P---", como se "negra" fosse uma palavra tão ofensiva quanto esse xingamento.
É uma realidade triste, que temos que mudar!
Yasmin, 9ºA