domingo, 28 de setembro de 2014

2010 - O limite para a liberdade

O poste é o limite.

Penso bem antes de ultrapassar os limites da minha liberdade; depois deles, começaram os problemas do bairro onde eu vivo.

Nele, os traficantes usam as crianças, chamadas "aviões", para entregarem suas "encomendas", pois sabem que se elas forem pegas, não serão presas e, se isso acontecer, ficam poucos dias. Mas se um adulto for pego, ele será preso.

Depois do poste, já houve três mortes de tiros e facadas. Que vê, fica quieto ou se muda, para não ser morto.

Um morreu por causa de jogo. Outro, por dívidas de drogas. E o último foi de overdose, a ponto de cair duro no chão, já morto. Morreu um dia antes de fazer dezoito anos.


Ainda bem que eu tenho um espaço entre a minha casa e o poste.


(Karoline Benigno Borges, 8ª série, 2010,
para a Olimpíada de Língua Portuguesa - Escrevendo o Futuro).

2010 - Meu bairro e minha rua são meus protetores

Meu bairro e minha rua são meus protetores

O lugar onde vivo é
meu bairro
Lauzane Paulista.

Não é um bairro luxuoso como
o Morumbi,
mas também,
viver no luxo não traz felicidade
como estar com amigos queridos.

Meu bairro
conhece pessoas,
me apresenta pessoas,
me traz diversão,
a curiosidade de aprender.

Minha rua
me acolhe,
me protege
como uma rocha protetora.

O lugar onde vivo
é pobre, mas gosto.
Não é limpo
como os rios de água cristalina.
Mas nem meu bairro, nem minha rua
reclamam dizendo:
Somos infelizes! — ou
Mantenham-nos mais limpos!

É simples, mas gosto.
E é o melhor lugar
Para alguém viver.


(Francielly Oliveira Fernandes, 5ª série, 2010
para a Olimpíada de Língua Portuguesa - Escrevendo o Futuro)