Um certo dia, ou melhor, um
“horrível” dia, eu estava triste, decepcionado com alguns fatos que tinham
acontecido em minha vida.
Com esse aperto no peito,
decidi-me ir embora para a minha casa. Dirigindo-me à estação, avistei de longe
um homem.
Ele parecia ansioso e com pressa.
Estava com sua bagagem entre suas pernas, não parava de se mexer, olhava de um
lado para o outro a todo momento.
Decidi puxar assunto e disse a
ele:
– Estou indo embora porque
aconteceu uma desgraça em minha vida.
Ele apenas respondeu:
– Lamento.
Eu achei aquilo muito educado,
por sinal, e, como não sou nada bobo, aproveitei a oportunidade que ele me deu
e comecei a desabafar:
– Sabe, tem coisas em nossas
vidas que nunca poderíamos imaginar. Acreditamos, apostamos – e elas
simplesmente nos dão uma apunhalada pelas costas, e isso, sem dúvida, nos fere
e muito. Eu já chorei, não vou negar, mas agora não choro mais. Vou dar valor a
quem gosta de mim de verdade.
Quando me dei conta, o trem dele
já estava chegando e ele apenas disse:
– Tchau, caro amigo!
Na verdade, nem o nome do rapaz
eu perguntei. Mas senti uma afinidade imensa com ele. E o que eu precisava
naquele momento era contar os meus problemas para alguém e ele me disse tudo
através daquele silêncio.
Lembrarei dele eternamente.
Thaynã Rodrigues Lopes, 8ª série, 2009
Orientação: Professora Adriana.
Este texto teve por motivação a obra "Breaking Home Ties", de Norman Rockwell.
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