sábado, 16 de março de 2013

2013 - Só eu sei, de Vitória Silveira



Só eu sei


            Estava eu apreciando as ruas de Londres (é um sonho estar aqui, me belisca, se for possível...). Continuando, eu estava andando, quando uma pessoa esbarrou em mim. Quando fui olhar, tomei um tremendo susto: era ele na minha frente! (Isto não pode estar acontecendo; eu só posso estar sonhando...). Eu:
            — É você?
            Ele não disse nada; só tapou minha boca com a sua mão e me levou para um beco. Segundos depois, ouvi gritaria de fãs, chamando o nome dele:
            — Cadê ele?
            — Não sei!
            — Olha ele lá!
          Elas saíram como loucas, gritando... Minutos depois, os gritos foram ficando cada vez mais longe... O beco onde nós estávamos tinha só um poste, mas a luz ficava piscando a toda hora. Eu estava ficando com medo.
           Eu queria abraçá-lo, pedir autógrafos e fotos, mas não: eu fiquei paralisada com ele na minha frente. Eu não sabia se saía correndo de medo ou desmaiava por ele estar na minha frente.
            Ele foi tirando a sua mão da minha boca e disse:
            — Por favor, não grita.
            — Tudo bem.
            Fiquei olhando aqueles olhos azuis brilhantes. Não resisti mais e comecei a falar:
            — Por que você estava correndo?
            — Complicado; você não iria entender.
          — O que eu não iria entender? Que Louis William Tomlinson da One Direction está correndo ou fugindo de fãs que o amam tanto?
            — Mais ou menos isso... Faz um favor pra mim?
            — Claro!
          — Não conta pra ninguém que eu te conheço e me esconde? Eu tô cansado desta vida...
            Ele parecia mesmo estar cansado desta vida. Só observando seu olhar já dava pra ver que estava mesmo cansado de tudo aqui. E eu:
            — Tá bom!
            Abri minha bolsa, peguei meus óculos e um boné e falei pra ele colocar. Ele os colocou —  e já parecia outra pessoa.
            Nós saímos do beco e começamos a andar tranquilamente, até que uma menina parou a gente:
            — Vocês o viram?   — perguntou, mostrando-nos uma foto do Louis.
            — Não vi, não. — respondi. — E você, Joe? — perguntei dando um nome falso para ele.
            — Também não!
            — Tá bom! — disse a menina, indo embora.
            Nós continuamos a andar...


            Já se passaram meses e ninguém sabe mais sobre ele. Todos se perguntam: "Onde ele está?", "Ele está bem?", "Ele tá vivo?", mas ninguém sabe sobre ele... Mas eu sei.
                Toda hora passa na tv algum programa falando sobre ele, que os integrantes da banda estão procurando por ele, que já colocaram vários detetives e investigadores atrás dele... Mas nada sobre ele!
            Mas eu sei onde ele está. Só eu sei.
            Ele pode estar no fundo do oceano, numa ilha deserta, no final do mundo ou em Marte... mas só eu sei onde ele pode estar.
            Ele pode estar trancado a 7 chaves dentro de um porão, dentro de uma caixa, dentro de um quarto... mas só uma pessoa sabe onde ele está — e esta pessoa sou eu.
            Ele pode estar na sua frente e você não o reconhecer. Ele pode estar ao seu lado e você não perceber. Mas só uma coisa eu posso dizer: que só eu sei onde ele está.


Vitória Oliveira Silveira, 8ª série (9º ano), 2013.
A partir de proposta do Projeto Grupo de Estudos


2 comentários:

  1. Nossa futura poeta. Ficou muito bom Vitória!
    Tinha que ter o Louis no meio, não é?? Kkkkk

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  2. cheio de minstério, como é bom ser criativo

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